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Mostrando postagens de 2017

Natal é convite a protagonizar encontros

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Cada vez que nos reunimos para viver o momento da chegada do Natal, somos embalados por uma motivação. A grande motivação desta noite está focada em uma palavra – ENCONTRO. Um encontro é sempre precedido de um deslocamento, de um desinstalar-se. Para encontrar alguém, tenho que sair do meu lugar. O encontro desta noite iluminada, que é o Natal, nos leva a pensar na necessidade urgente que temos, nos dias atuais, de encurtar distâncias e  voltar a ter contato com as coisas boas, com as pessoas, com os sonhos que fomos deixando pelo caminho, em função da pressa, da preocupação com a produção, do egocentrismo e tantos outros. Pode ser, e isso se passa comigo, já escrevi isso em outra ocasião, que há certos dias que você sente saudade de estar presente em si mesmo, de chegar aonde ainda não chegou, de ser o que ainda não foi ou de voltar a lugares por onde passou superficialmente, sem tocá-los como devia. O volume das coisas, a velocidade do tempo, as muitas perguntas e a ausê

Quando o simples é magnífico! À minha irmã Rosangela Birchler.

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Quando o simples é magnífico, quando o quebrado tem conserto e o aparentemente inútil pode ser reaproveitado. Quando o impossível é a última opção, quando o pouco está bom demais, quando o que é meu pode ser nosso, quando a aventura é mais interessante que o medo e “perder tempo” é um ganho imensurável. Quando pensar nos outros é sempre urgência, quando sorrir é bem melhor que chorar, quando em lugar de dizer que se ressentiu é melhor dizer que está tudo bem. E quando até a cadeira do dentista se transforma em uma poltrona de cinema? Navegar pelas águas do Rio Negro é missão, justiça e paz merecem todo nosso empenho, insistir é melhor que desistir. E quando a vida é breve demais, não há tempo para desperdiçar... Existem muitas maneiras de lembrar uma pessoa querida que se vai. Não para revelar tardiamente ao mundo quem ela foi e se afogar nas lágrimas da saudade do não vivido, mas para permitir que o coração guarde para a eternidade o que os olhos testemunharam e para que a vida c

Os labirintos do eu Narciso

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Nos labirintos de nosso eu, todos nós temos uma dimensão inconsciente que quanto mais a fizermos conscientes, melhor viveremos. No entanto, há, segundo a psicanálise, uma dimensão do inconsciente que não podemos acessar. Nela se esconde o que Freud denominou marcas da memória. As chamadas marcas da memória são, muitas vezes, responsáveis pelo hábito que algumas pessoas podem desenvolver de culpar os outros pelo mal que lhes acontece ou pela infelicidade que elas cultivam. As marcas da memória só podem ser conhecidas quando acessadas; quando isso acontece, é possível saná-las e, certamente, viver bem melhor. As cargas pesadas de nossa história podem fazer a vida insuportável para nós e para quem vive ao nosso redor. Passamos a nos incomodar com o sucesso, o afeto e a alegria que as pessoas dão às outras. A dor que esta realidade provoca em nós pode nos levar a querer até mesmo destruir o outro, porque a felicidade e o bem-estar deles ou delas tocam feridas que doem, mesmo que não c

Para sempre amigos

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Das coisas que a vida me ensinou para viver mais feliz Uma delas sei, nã o se compra, é conquista, é cuidado. Um amigo é anjo bom que  vem para te guardar Haja o que houver, lágrima ou sorriso, alegria, amigo é abra ço de Deus. Eu sinto que voc ê sempre está comigo, mesmo se nã o te vejo S ó o sentimento pode trazer Uma presenç a ausente de amigo que  afaga a alma. Em seu olhar vejo Deus me olhar Sua mão me mostra novo caminho Suas palavras falam que existe um céu Onde amigos se abraçam, onde tudo é da cor amor Quando precisar é s ó me chamar E eu estarei de braços abertos Pra sempre, amigos, vamos caminhar Na mesma estrada que leva a casa onde existe o bem-querer Meu amigo (minha amiga),  eu agradeço a Deus,  por voc ê . Dedico a todas as pessoas que me ensinam que amizade é sacramento, graça encontrada, não produzida. Feliz Dia do/a amigo/a! Ir. Janete Silva-CIC

Se eu errar a estrada, mostre-me o caminho de volta.

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Tem dias na vida que a consciência arrebata a alma e ela luta contra uma nuvem cinzenta que cobre o horizonte, impedindo-me de ver claramente o que há pela frente. Nestas horas é que me dou conta de que simplesmente errei de estrada e tomei rumos que não estavam em meu mapa de trilha. Viver é descobrir a vida pouco a pouco, fazer e refazer, escolher e rever escolhas; um constante despojamento de certezas e convicções, um forçar inerente ao aprendizado, um mergulhar profundamente na dolorosa e fascinante aventura do existir. Algumas vezes eu me perco dentro deste mistério e experimento no paladar o gosto amargo de certas coisas que não gostaria de provar; no entanto, o que seria de mim se apenas degustasse o que me dá prazer e sensação de bem-estar? Ao longo da vida desenhei mapas, mas pela força da existência tive que redesenhá-los e seguir novos rumos ou reassumir, de outra maneira, o trajeto de estradas que eu havia abandonado, e por tal atitude, traído meu projeto de vid

Saudade redentora

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Há certos dias que sinto saudade de estar presente em mim, de chegar aonde ainda não cheguei, de ser o que ainda não fui ou de voltar a lugares por onde passei superficialmente, sem tocar como devia. O volume das coisas, a velocidade do tempo, as muitas perguntas e a ausência de tantas repostas parecem nos tirar da nossa própria presença, separar-nos daquilo que somos, impedir a graça de sermos ainda mais. É paradoxalmente estar presente e ausente em um mesmo corpo – uma dualidade que causa desconforto. Estar presente em si mesmo é a arte de tomar a vida nas mãos, descrever o eu, dar-lhe nome,  ratificar ou serenar expectativas daquilo que se espera dos outros ou daquilo que os outros esperam de nós. É fazer curas necessárias, potencializar projetos, delinear estratégias, dispor-se a continuar recriando a vida com inteligência, sem abdicar da sensibilidade. Se bem que há quem diga que sensibilidade é por si uma dádiva de pessoas inteligentes. Somos seres de passagem, a vid

Saber o que multiplicar

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A vida multiplica em nós o que lhe entregamos - multiplica o que lhe oferecemos com nossas próprias mãos. Nada pode ser multiplicado, senão o que escolhemos dar de nós aos outros, sem mesquinhez. Alguns multiplicam realidades obscurecidas pela evocação do que não agrega, que dispersa, que enfraquece. Escondem, paradoxalmente dentro de si, o que reluz, quando sorriem às multidões, mas mostram-se apagados e sem de luminosidade ao se afunilarem em relações mais próximas. É ali onde se notam os excessos de escuridão de seus porões secretos, que sem muitos esforços afastam para longe a quem se aproximou, iludido de encontrar mais luz por detrás do sorriso. Não porque que estejam desprovidos de luz, mas porque fizeram da luz algo superficial, que só se acende em eventos de conveniência, mas se apaga facilmente na hora dura de pegar a própria existência nas mãos,  de encarregar-se de si mesmos. Outros aprenderam que para não deixar o mundo desprovido de luz é preciso multiplicar

Acalma teu passo

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Acalma teu passo, silencia, pois o coração; ouve o inaudível, permanece em tua essência e sê tu mesmo, às ultimas consequências.  Não te deixes perder-te de quem és,   atormentado pela pressa e pelo barulho. Vai lapidando teu interior, para que ele alcance o êxtase da plenitude que és tu, uma centelha do Deus que é pleno. Rega de luz este corpo que é tua morada e deixa a alma suspirar em prece, elevando o perfume que dela emana, aos céus dos que laboram por cultivar coisas leves. Decide-te a cultivar a alma livre, para que seja leve, e siga embalada pela cadência da calma benfazeja.  Deita tua alma no abraço das coisas que permanecem; aprende, no teu silêncio, a saborear o infinito de tua condição finita.  Acalma teu passo, silencia o coração. Não te deixes perder-te de ti mesmo/a, atormentado/a pela pressa e pelo barulho.. Ir. Janete Silva,CIC

Conte as estrelas por mim

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O CD “Conte Estrelas por mim” reúne 10 músicas que expressam a experiência de Deus que conhece com profundidade a condição humana e a transforma com seu toque divino.  As canções escolhidas para este novo álbum são uma junção da meditação silenciosa e do louvor alegre e dinâmico, características que acredito serem do próprio Deus, que inspira minhas composições, que nos chama e nos envia para sermos no mundo, um sinal de sua bênção. Á venda em minha loja virtual, pela fanpage https://www.facebook.com/ir.janetesilvaoficial/ Para ouvir o tema, acesse o link abaixo, inscreva-se no meu canal e dixe o seu like. https://www.youtube.com/watch?v=EWGJmO3YxP8

Por que choras? Por que choramos? Vamos!

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Um dos relatos do evangelho deste Tempo Pascal que me tocam com profundidade é o encontro de Maria Madalena com Jesus, ressuscitado, quando vai ao túmulo, chorando de saudades, procurar o homem que mudou radicalmente sua vida. (Jo 20,11-18) Por que choras? É a pergunta feita àquela mulher, por alguém que nutria a respeito dela um sentimento profundo de amizade Ágape. Não é a primeira vez que nos encontramos com Jesus no Evangelho, fazendo perguntas aos que o buscam. Ao cego, ao paralítico, à mãe dos filhos de Zebedeu...a você, a mim, a tantos, Ele diz: o que desejas, o que queres que eu te faça, por que choras? Perguntar, na pedagogia de Jesus, é chamar a pessoa à responsabilidade sobre si mesma, é torná-la protagonista das transformações pelas quais ela deseja ou necessita passar. Quando tocamos nossas realidades internas e lhes damos nomes, tomamos consciência daquilo que somos e daquilo que ainda podemos ser e a partir daí os caminhos de abrem. O choro de Maria é a ex

Amor não mata

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Lamento muito. Amor não mata. Se mata, não é amor. Único amor que reconheço que leva à morte é aquele que se faz por doação, nunca por coação...coerção...imposição. Falo daquele amor, amigo da memória que celebramos na Páscoa - consequência de uma causa nobre, superior ao nosso instinto egoísta. Aquele amor que morreu para dizer não a algumas estruturas, que transcendeu o eu, que abraçou o nós e voltou ainda mais forte, para dizer que a vida sobrepuja qualquer tentativa de anulação. O contrário disso se chama arrogância e arrogância é sinônimo de orgulho ostensivo, de centralidade em si mesmo, de cegueira ao nós, em detrimento dos outros e de qualquer força que transcenda. Quando nossas relações se convergem em sufocamento do outro levando-o ao extremo de desacreditar em si mesmo, em seus sonhos, anulando sua própria identidade, tornando-o refém de nossos mandos e vontades, estejamos certos de que nossa visão sobre o amor está maculada e, lá no fundo de nós mesmos, persistem marcas