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Saudade redentora

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Há certos dias que sinto saudade de estar presente em mim, de chegar aonde ainda não cheguei, de ser o que ainda não fui ou de voltar a lugares por onde passei superficialmente, sem tocar como devia. O volume das coisas, a velocidade do tempo, as muitas perguntas e a ausência de tantas repostas parecem nos tirar da nossa própria presença, separar-nos daquilo que somos, impedir a graça de sermos ainda mais. É paradoxalmente estar presente e ausente em um mesmo corpo – uma dualidade que causa desconforto. Estar presente em si mesmo é a arte de tomar a vida nas mãos, descrever o eu, dar-lhe nome,  ratificar ou serenar expectativas daquilo que se espera dos outros ou daquilo que os outros esperam de nós. É fazer curas necessárias, potencializar projetos, delinear estratégias, dispor-se a continuar recriando a vida com inteligência, sem abdicar da sensibilidade. Se bem que há quem diga que sensibilidade é por si uma dádiva de pessoas inteligentes. Somos seres de passagem, a vid