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Mostrando postagens de abril, 2017

Saber o que multiplicar

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A vida multiplica em nós o que lhe entregamos - multiplica o que lhe oferecemos com nossas próprias mãos. Nada pode ser multiplicado, senão o que escolhemos dar de nós aos outros, sem mesquinhez. Alguns multiplicam realidades obscurecidas pela evocação do que não agrega, que dispersa, que enfraquece. Escondem, paradoxalmente dentro de si, o que reluz, quando sorriem às multidões, mas mostram-se apagados e sem de luminosidade ao se afunilarem em relações mais próximas. É ali onde se notam os excessos de escuridão de seus porões secretos, que sem muitos esforços afastam para longe a quem se aproximou, iludido de encontrar mais luz por detrás do sorriso. Não porque que estejam desprovidos de luz, mas porque fizeram da luz algo superficial, que só se acende em eventos de conveniência, mas se apaga facilmente na hora dura de pegar a própria existência nas mãos,  de encarregar-se de si mesmos. Outros aprenderam que para não deixar o mundo desprovido de luz é preciso multiplicar

Acalma teu passo

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Acalma teu passo, silencia, pois o coração; ouve o inaudível, permanece em tua essência e sê tu mesmo, às ultimas consequências.  Não te deixes perder-te de quem és,   atormentado pela pressa e pelo barulho. Vai lapidando teu interior, para que ele alcance o êxtase da plenitude que és tu, uma centelha do Deus que é pleno. Rega de luz este corpo que é tua morada e deixa a alma suspirar em prece, elevando o perfume que dela emana, aos céus dos que laboram por cultivar coisas leves. Decide-te a cultivar a alma livre, para que seja leve, e siga embalada pela cadência da calma benfazeja.  Deita tua alma no abraço das coisas que permanecem; aprende, no teu silêncio, a saborear o infinito de tua condição finita.  Acalma teu passo, silencia o coração. Não te deixes perder-te de ti mesmo/a, atormentado/a pela pressa e pelo barulho.. Ir. Janete Silva,CIC

Conte as estrelas por mim

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O CD “Conte Estrelas por mim” reúne 10 músicas que expressam a experiência de Deus que conhece com profundidade a condição humana e a transforma com seu toque divino.  As canções escolhidas para este novo álbum são uma junção da meditação silenciosa e do louvor alegre e dinâmico, características que acredito serem do próprio Deus, que inspira minhas composições, que nos chama e nos envia para sermos no mundo, um sinal de sua bênção. Á venda em minha loja virtual, pela fanpage https://www.facebook.com/ir.janetesilvaoficial/ Para ouvir o tema, acesse o link abaixo, inscreva-se no meu canal e dixe o seu like. https://www.youtube.com/watch?v=EWGJmO3YxP8

Por que choras? Por que choramos? Vamos!

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Um dos relatos do evangelho deste Tempo Pascal que me tocam com profundidade é o encontro de Maria Madalena com Jesus, ressuscitado, quando vai ao túmulo, chorando de saudades, procurar o homem que mudou radicalmente sua vida. (Jo 20,11-18) Por que choras? É a pergunta feita àquela mulher, por alguém que nutria a respeito dela um sentimento profundo de amizade Ágape. Não é a primeira vez que nos encontramos com Jesus no Evangelho, fazendo perguntas aos que o buscam. Ao cego, ao paralítico, à mãe dos filhos de Zebedeu...a você, a mim, a tantos, Ele diz: o que desejas, o que queres que eu te faça, por que choras? Perguntar, na pedagogia de Jesus, é chamar a pessoa à responsabilidade sobre si mesma, é torná-la protagonista das transformações pelas quais ela deseja ou necessita passar. Quando tocamos nossas realidades internas e lhes damos nomes, tomamos consciência daquilo que somos e daquilo que ainda podemos ser e a partir daí os caminhos de abrem. O choro de Maria é a ex

Amor não mata

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Lamento muito. Amor não mata. Se mata, não é amor. Único amor que reconheço que leva à morte é aquele que se faz por doação, nunca por coação...coerção...imposição. Falo daquele amor, amigo da memória que celebramos na Páscoa - consequência de uma causa nobre, superior ao nosso instinto egoísta. Aquele amor que morreu para dizer não a algumas estruturas, que transcendeu o eu, que abraçou o nós e voltou ainda mais forte, para dizer que a vida sobrepuja qualquer tentativa de anulação. O contrário disso se chama arrogância e arrogância é sinônimo de orgulho ostensivo, de centralidade em si mesmo, de cegueira ao nós, em detrimento dos outros e de qualquer força que transcenda. Quando nossas relações se convergem em sufocamento do outro levando-o ao extremo de desacreditar em si mesmo, em seus sonhos, anulando sua própria identidade, tornando-o refém de nossos mandos e vontades, estejamos certos de que nossa visão sobre o amor está maculada e, lá no fundo de nós mesmos, persistem marcas