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Mostrando postagens de abril, 2019

Guardemos nossas pedras

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Pela insistência do Evangelho de Jo, 1-11, em minhas orações dos últimos dias, partilho com vocês esta reflexão: Quem tem pedras nas mãos tem poder. É Deus e juiz de tudo e de todos; pronto para julgar os atos e as intenções, culpar, condenar, afirmar e definir o caráter do outro e cuja ira se aplaca sobre os pecadores. É dono da verdade, da moral, da inocência, vítima dos de intenções tortas. Aquele, porém, que nasceu de Deus e que é o próprio Deus, diante da intenção perversa de quem queria pô-lo à prova para condená-lo, já que tanto incomodava, uma vez tendo se abaixado porque se compadeceu da vergonha e da iminente desgraça daquela mulher, pronta para ser apedrejada, ergueu-se e sem temor desafiou: “quem aqui não tiver nenhum pecado, atire a primeira pedra”. Tendo ouvido isso, diz o Evangelho, foram saindo um a um. Certamente, o desafio do Filho de Deus fez que de imediato as consciências fossem visitadas e os labirintos obscuros acessados; foram remetidos ao m

Maturidade

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Quando te ferirem o coração, a consciência, a intenção, a complacência, responda amando. Quando te levarem às lágrimas, formadas pelo o desfalecer das forças e te fizerem tocar o mais profundo de suas próprias misérias, responda com a oração. Quando tentarem sequestrar seus sonhos, sua subjetividade ou cortarem as raízes de suas crenças mais genuínas, responda insistindo. Se andar quilômetros amparando com seus ombros um amigo para ajudar-lhe a carregar o peso de seus fardos e ele um dia te virar as costas, responda agradecendo, porque os ingratos também são mestres. A quem ousar te transformar em utilidade ou objeto de satisfação de vontades egoístas, narcisistas e irresponsáveis, responda colocando limites. Se agirem com você de modo rude, deselegante, despreocupado com seus sentimentos e fragilidades, responda perdoando. Se te pedirem cuidado nas relações e se esquecerem de que o verdadeiro cuidado se encontra na reciprocidade e na retroalimentação autopoiética, respo

Perdoar

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"Se ficarem irados, não pequem. Que o sol não se ponha sobre a ira de vocês". Ef 4,26,27 O conflito emerge facilmente nas relações com o outros. Deus nos fez diferentes e não clones, valorizou a diversidade e a liberdade. O conflito em si não é pecado, o pecado é que no conflito, tendemos a crer que nossa diferença nos faz superiores aos outros (PAREDES). Superamos o conflito quando conseguimos encontrar soluções para desativá-lo. Às vezes, escolhemos soluções drásticas para  resolver, pensamos que afastar é a melhor solução, mas isso apenas amortece, não faz de nós protagonistas de perdão e reconciliação. O que nos leva a negar o perdão a alguém, o que nos motiva a guardar mágoas, por que cultivamos raiva das pessoas? A resposta é simples: o ego, o apego a nós mesmos, o narcisismo. Resumindo, uma postura soberba que nos faz pensar que somos pequenos Deuses. Deus não pode ter espaço em ego inflado. Quando estamos cheios de nós mesmos, estamos vazios de Deus. Perdoar não é apa

Dispor-se

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A primeira atitude que devemos ter quando nos propomos a trilhar um caminho de vida interior, como exercício da quaresma, é a disposição para o caminhar. Para isso, descalçar os pés é uma metáfora que pode nos ajudar a ir, passo a passo, nos despindo da roupagem velha e assumindo a roupagem da vida nova que o percurso quaresmal nos dará, superando as pedras e os espinhos com uma disposição diferente. Este é o tempo em que sabiamente a Igreja no convida a voltarmos ao essencia l - o Evangelho de Cristo. Sob a luz dele, nosso coração estará movido a empreender a travessia do deserto, inclinando-nos para receber a nova vida que ressurgirá das cinzas que recebemos neste primeiro dia. Convido você a fazermos juntos/as este caminho de vida interior. Todas as quartas e sextas teremos aqui uma meditação especial para este tempo. Desejo uma quaresma de mudança interior! Paz e música! Ir. Janete Silva,CIC [Caminho de vida interior para a quaresma]