Maturidade



Quando te ferirem o coração, a consciência, a intenção, a complacência, responda amando.
Quando te levarem às lágrimas, formadas pelo o desfalecer das forças e te fizerem tocar o mais profundo de suas próprias misérias, responda com a oração.
Quando tentarem sequestrar seus sonhos, sua subjetividade ou cortarem as raízes de suas crenças mais genuínas, responda insistindo.
Se andar quilômetros amparando com seus ombros um amigo para ajudar-lhe a carregar o peso de seus fardos e ele um dia te virar as costas, responda agradecendo, porque os ingratos também são mestres.
A quem ousar te transformar em utilidade ou objeto de satisfação de vontades egoístas, narcisistas e irresponsáveis, responda colocando limites.
Se agirem com você de modo rude, deselegante, despreocupado com seus sentimentos e fragilidades, responda perdoando.
Se te pedirem cuidado nas relações e se esquecerem de que o verdadeiro cuidado se encontra na reciprocidade e na retroalimentação autopoiética, responda com a gratuidade.
Amar, insistir, colocar limites, perdoar, rezar e ser gratuidade é fruto da maturidade; a maturidade é a tarefa mais árdua que temos a realizar no decorrer da vida, mas ao mesmo tempo é o antídoto contra qualquer descompensação que desintegra. “É na labuta diária que vamos tomando posse da maturidade que nos realiza”.
No seu silêncio, cultive a paz interior. Que as forças externas, das quais nem sempre conhecemos a origem, não sejam capazes de tirar a força interna daquilo que você crê, malgrado suas debilidades e faltas.
Repita baixinho: “quero que meu coração seja tão cheio de paz, que não se sinta capaz de sentir ódio ou rancor”.
[Caminho de vida interior para a quaresma]

Ir. Janete Silva-CIC

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