A lua...
Reaprendi a olhar no céu a lua e ela me recordou que olhando-a, os olhos aproveitam para admirar as estrelas.
Não é fácil, em tempos afoitos, sombrios, nebulosos, desenvolver a sensibilidade de olhar o firmamento e, pacientemente, nele buscar uma centelha daquilo que sacia a sede de infinito que persegue os corações e as almas dos apaixonados pelas coisas não findas.
Às vezes, eu me esqueço de que necessito do céu, mantenho a cabeça baixa ou acostumo meus olhos a olhar apenas o que vem pela facilidade, privando-os da sedução da busca que os presenteia com o encantamento do encontrado.
Olhando para o céu eu vejo a lua e ela, povoada de estrelas, que também têm seu brilho e seu próprio encantamento; ambas me transpõem para além daquilo que o limite de meus olhos físicos conseguem ver.
Cada vez que olho o céu, gravo na memória beleza mui rara e encho de encanto meu interior sedento, com suas riquezas e orfandades. Contemplo a lua e ela me leva a admirar as estrelas.
Assim, se algum dia não as vejo, eu as
procuro no meu céu interior, com os olhos do coração.
No firmamento ou na memória, tenho lua e estrelas ante meus olhos.
Ir. Janete Silva, CIC
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